A notícia foi partilhada com a Lusa pelo ex-deputado do Bloco de Esquerda José Soeiro no final de uma reunião realizada na terça-feira no Porto com imigrantes de vários países para tentar reunir o maior número possível de pessoas para a manifestação.
Segundo José Soeiro, a escolha do dia 17 deve-se ao fato de que nessa data “os trabalhos plenários foram retomados na Assembleia da República”, e na agenda dos deputados está a retomada do “debate sobre a lei da imigração e a lei da nacionalidade”, dois projetos de lei “devolvidos à Assembleia da República devido à rejeição do Tribunal Constitucional”.
“E é importante que nesse dia, quando essa discussão começar, tenha em conta as vozes de milhares de imigrantes que estão se mobilizando no Algarve, Odemira, Lisboa e Porto para estar em frente ao Parlamento no dia 17 às 14h”, explicou o ex-deputado, que falou como membro da Associação de Solidariedade Imigrante.
Sobre os “80 imigrantes detidos por ordem da Agência para a Integração, Migração e Asilo (AIMA) por registrarem passagens em outros países antes de chegarem a Portugal e não por terem cometido qualquer crime”, enfatizou José Soeiro. O deputado acusou o governo de “gastar muito dinheiro no sistema penal em políticas repressivas contra trabalhadores imigrantes, construindo centros de detenção”, enfatizando que “o Estado está usando fundos do PRR que deveriam ser destinados à habitação para construir centros de detenção para
trabalhadores imigrantes”.“O Estado deveria estar usando esse dinheiro para colocar serviços públicos, ou seja, a AIMA, em vigor para fazer cumprir a lei que não está sendo respeitada, para garantir a regularização de imigrantes que já pagam impostos aqui há dois, três ou quatro anos”, insistiu.
Como parte da manifestação, uma delegação de oito imigrantes, representando as quatro origens a partir das quais estão trabalhando em Portugal, pretende entregar um documento ao presidente da Assembleia da República contendo as demandas subjacentes ao protesto.
A organização é liderada pela Associação de Solidariedade Imigrante e pelo coletivo de imigrantes que organizou o último protesto em julho em frente ao Centro de Estabelecimento Temporário no Porto.
Os imigrantes estão exigindo o direito a documentos, ao reagrupamento familiar, à libertação de imigrantes detidos em centros de assentamento temporário sem terem cometido nenhum crime, bem como respeito, dignidade e justiça.








