“O governo também incluirá na proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2026 a atualização das mensalidades das licenciaturas com base na taxa de inflação de 2025”, anunciou Fernando Alexandre.
O Ministro da Educação, Ciência e Inovação falava no final de uma sessão de apresentação do relatório final do estudo de avaliação do sistema de assistência social no ensino superior.
Em 2016, o Parlamento aprovou o congelamento da taxa máxima de matrícula, proposto pelo PCP (Partido Comunista Português) como parte do Orçamento do Estado de 2017.
Na época, o valor foi fixado em €1.067,85, tendo sofrido reduções sucessivas, e desde 2020/2021, está em €697.
Em janeiro do ano passado, o ministro da Educação já tinha admitido a possibilidade de descongelar a taxa de matrícula, com base nas conclusões do estudo da Universidade Nova de Lisboa sobre o sistema de assistência social.
“É um aumento de €13 por ano, mas ninguém pode ser excluído do acesso ao ensino superior por razões econômicas. As mensalidades são um custo de cursar o ensino superior, e o cálculo do valor da bolsa de assistência social deve levar em conta esse custo”, disse Fernando Alexandre
.Justificando a medida, o ministro argumentou que o congelamento “favorece mais os estudantes com rendimentos mais altos” e argumentou que as propinas são essenciais para que as instituições de ensino superior busquem “estratégias de excelência”.
Na mesma linha, o ministro também defendeu uma maior autonomia para as instituições definirem as propinas dos mestrados e, em declarações aos jornalistas no final da sessão, descartou qualquer teto sobre o valor que as universidades e os politécnicos podem cobrar.
“Esperamos que as instituições de ensino superior que cobram mensalidades muito altas, e muitas já o fazem, reservem uma parte significativa de sua própria receita para garantir que os estudantes que não podem se dar ao luxo de cursar esses programas de mestrado, mas têm a capacidade acadêmica de fazê-lo, não sejam privados de acesso”, enfatizou, insistindo que as mensalidades também são a forma como as instituições podem ser competitivas internacionalmente.
É também com base nas conclusões do estudo apresentado hoje que o Governo vai rever o Regulamento de Concessão de Bolsas de Estudo a Estudantes do Ensino Superior.
As mudanças, antecipou Fernando Alexandre, serão aprovadas até o final do ano, para que possam ser incluídas no Orçamento do Estado de 2026 e os novos regulamentos possam entrar em vigor no início do ano letivo de 2026/2027.