Nos últimos vinte anos, António Valera tem pesquisado recintos abandonados no sul de Portugal desde o final do Neolítico até o início da Idade do Bronze, examinando como essas comunidades pré-históricas expressaram suas crenças e sua conexão com o cosmos por meio de sua arquitetura, paisagens, práticas sociais e ritos fúnebres.

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Nesta apresentação, António Valera falará sobre a investigação de um grupo de recintos pré-históricos escavados no sudoeste da Península Ibérica. Um tipo específico de recinto foi documentado na bacia média do Guadiana, que se caracteriza por seu traçado sinuoso em forma de flor, com valas que têm dimensões muito padronizadas. Essa padronização do projeto arquitetônico é frequentemente associada a orientações astronômicas e a práticas específicas de abertura e preenchimento de valas, refletindo aspectos da organização social neolítica. António Valera descreverá sua distribuição espacial na paisagem, sua cronologia e peculiaridades arquitetônicas, destacando suas conexões cosmológicas e as formas como expressam a organização social das comunidades que as construíram

e usaram.

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António Carlos Valera é licenciado em História e Arqueologia, mestre e doutor em Arqueologia (Universidades de Lisboa e Porto) e tem uma extensa lista de publicações. Desenvolve a sua pesquisa desde 1988 com foco no Neolítico e Calcolítico do Centro e Sul de Portugal. António coordena o Programa Global de Pesquisa Arqueológica do complexo Perdigões de recintos valados e integra a unidade de pesquisa da Era Arqueologia Company e o centro ICAREHB da Universidade do Algarve. Ele agora está envolvido na pesquisa do investimento das comunidades neolíticas e calcolíticas na monumentalidade e seu impacto no desenvolvimento social do terceiro milênio aC e na ruptura social que ocorreu no final desse milênio no sudoeste da Península Ibérica

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