Ao lado da Escola Artística António Arroio, em Lisboa, que foi fechada devido à greve, o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, acompanhado por um dos secretários-gerais da Fenprof, José Feliciano Costa, destacou que o setor de coleta de lixo havia visto 90 por cento de adesão à greve nas primeiras horas da manhã.

“Esta greve começou no turno da noite de ontem [23 de outubro] em hospitais e na coleta de lixo. A adesão durante a noite foi muito boa. A esmagadora maioria dos hospitais tinha serviços mínimos, de Tondela a Faro, incluindo os maiores centros urbanos”, disse Sebastião

Santana.

O líder da Frente Comum previu que a cena matinal em António Arroio seria replicada hoje em Portugal.

“As escolas estão fechadas em todo o país e outras que sabemos de antemão não abrirão, e isso vai se multiplicar nos serviços da administração pública”, disse ele.

“São 8h, as escolas estariam reabrindo agora, mas já sabemos o que está acontecendo em todo o país e ainda estou recebendo mensagens no meu celular. Temos escolas fechadas em Viseu, Covilhã, Almada, Sintra, Vialonga e até na cidade de Lisboa”, disse Feliciano Costa

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O líder da Fenprof acrescentou que “é uma greve que também terá um grande impacto na educação por causa do encerramento das escolas, o que significa que há trabalhadores não docentes em greve e há professores em greve”, explicando que há escolas onde “dos seus 12, 13, 14 [professores], 11 a 12 estão em greve”.

Também esteve presente no comício o candidato presidencial António Filipe, ex-vice-presidente da Assembleia da República e histórico deputado do PCP, “em solidariedade com os trabalhadores”.

“Não há dúvida de que o país precisa de bons serviços públicos. Em geral, temos déficits muito sérios. As carreiras na administração pública precisam ser atraentes. O que está sendo discutido no Orçamento do Estado [para 2026] não aponta em absoluto para isso”, lamentou.

A Frente Comum realiza uma greve da administração pública desde a meia-noite de hoje contra o governo da Aliança Democrática (PSD/CDS-PP), que acusa de degradar as condições de trabalho e desinvestir nos serviços públicos.

Além do setor educacional, são esperadas interrupções devido à falta de presença de médicos, enfermeiros e auxiliares de serviços de saúde, trabalhadores do transporte público, inspetores e funcionários fiscais, funcionários judiciais, entre outros.

Aumentos salariais, desenvolvimento de carreira, restauração de contratos públicos e defesa dos serviços públicos também são motivos para chamar esta “grande greve”, que abrange todos os trabalhadores do Estado.

A Frente Comum representa 29 sindicatos de todos os setores da administração pública.