Nascido em Faro, o arquiteto tem 40 anos de experiência em seu trabalho e sempre tentou combater a burocracia no país. Quando se mudou para Loulão, Fernando Santos jogou rúgbi e até dirigiu o Loulón Rugby

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The Portugal News (TPN): Por que você decidiu concorrer como presidente de Loulão?
Fernando Santos (FS): Em 2021, devido ao meu trabalho como arquiteto e minha constante batalha contra a burocracia, fui convidado pelo Chega para concorrer como candidato a presidente de Loulão, pois eu era conhecido por minha posição contra esse sistema burocrático, e o partido acreditava que eu tinha o perfil certo para ser o candidato a presidente do município.
Aceitei o desafio durante a pandemia de Covid e consegui ser eleito vereador. Desde então, sou conselheira da oposição, ou como se diz, sem pasta, tentando garantir que as coisas funcionem e ganhando experiência para essa nova fase que está por vir

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TPN: O que torna sua candidatura diferente da de seus oponentes?
FS: Minha candidatura não é baseada em promessas. O município e seu potencial disponível exigem uma estratégia de planejamento que englobe todas as áreas e as interconecte para que elas não operem isoladamente e desperdicem recursos, mas visem o funcionamento ideal de uma entidade que administra um vasto município com características muito diferentes de norte a sul, com várias realidades e problemas.
Apesar de ser uma autoridade local com grande capacidade econômica, carece de uma abordagem de planejamento global que possa aumentar essa capacidade, melhorando o município e a vida de seus habitantes.
Portanto, a diferença em relação aos meus oponentes, cujas propostas eu ainda não conheço muito bem, está na estratégia global para o município e no Planejamento. Ao fazer isso, posso cumprir todas as promessas que eles fazem, mas de forma sustentada e sustentável

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TPN: Você acredita que os resultados das eleições legislativas poderiam ajudar a alavancar sua vitória nas eleições locais?


FS: Sim, é claro, dados os resultados do Chega no município, nosso trabalho é provar que, em Loulão, temos a capacidade de usar esses votos em benefício do município e, para isso, temos uma equipe competente e preparada para que aqueles que votaram no Chega nas eleições legislativas também possam se sentir representados localmente por pessoas que se candidatam ao partido, mas ao mesmo tempo podem servi-las, em sua cidade natal.

TPN: O que vai fazer o Chega para pôr fim ao legado do Partido Socialista (PS) no município?
FS: Para acabar com o legado do Partido Socialista em Loulão, devemos pensar naqueles que foram mais prejudicados por ele, que são os funcionários municipais, na minha opinião.
Eles são os que mais sentiram o que eu acredito que você está chamando de legado do Partido Socialista em Loulé. Além disso, aqueles que dependiam de creches e casas de repouso para idosos, que nunca foram construídas. Doze anos de maiorias absolutas deixam um rastro, e nossa intenção é focar primeiro nas pessoas que prestam serviços públicos e que são os funcionários da Câmara Municipal em todos os níveis. Essas pessoas devem ser valorizadas e ter condições para prestar um serviço público de excelência, mas acima de tudo, com prazer.

TPN: Se vencesse as eleições, quais medidas você implementaria para a comunidade estrangeira?

FS: Quando falamos sobre a população estrangeira, temos vários grupos. Há quem escolha o município para morar, muitos para se aposentar em primeira instância, depois outros mais novos com filhos pequenos que costumam trabalhar on-line ou passar parte do ano aqui e parte no exterior, mas que têm seus filhos na escola. Acredito que, para essas pessoas, o “legado” do PS não foi favorável. Acho que a proximidade traria muitos benefícios tanto para o município de Louló quanto para os moradores que optam por morar aqui. Vou tentar construir essa ponte.


Depois, temos a população imigrante que nos últimos anos chegou ao município em números significativos, seja como refugiada ou para trabalhar, e eles também devem receber a atenção que merecem, e seus problemas devem ser resolvidos para que também possam se integrar — não como uma ameaça, mas como parceiros e residentes plenos do Município de Louló.

TPN: Que planos você propõe para estimular a economia local do município mais rico do Algarve?
FS: As propostas são muito amplas, mas podemos separá-las e tentar identificar as principais direções nessa área.
Diversifique a oferta de atividades econômicas para que não dependamos apenas do turismo, nem tenhamos uma economia que viva apenas dessa atividade. Combatemos a sazonalidade, por exemplo, com base nas condições únicas que temos para o esporte, se existirem condições para isso, e temos propostas concretas no campo do esporte de alto rendimento, criando condições para atrair atletas e esportistas de todo o mundo. Precisamos apenas criar as condições e priorizar o contato com as federações, criando infraestrutura e equipamentos locais para atrair esses atletas de todas as áreas.
Outro ponto forte está na pesquisa, nas áreas de saúde e envelhecimento ativo, tentando tirar proveito de um projeto iniciado pela administração anterior. Devemos analisá-lo e aprimorá-lo para atrair jovens portugueses que não precisariam deixar Portugal, mas também para atrair figuras que nos tragam prestígio.
Crie condições para outras atividades econômicas e até culturais que gostariam de estar no Algarve, mas nunca tiveram os meios para fazê-lo e, quando tentaram, se viram cercadas pela burocracia.
Neste ponto, acredito que temos residentes estrangeiros no Algarve que possuem grandes empresas e, com as condições certas, poderiam transferir partes de suas operações para cá, criando empregos de qualidade. Devemos encontrá-los, falar com eles e torná-los nossos parceiros.

TPN: Se você fosse eleito Presidente do Município de Louló, qual seria sua primeira medida?
A primeira medida deve ser falar com as pessoas que trabalham no município de Câmara e trabalhar com elas para realizar todo o resto que ainda precisa ser feito. São eles que fazem as coisas acontecerem. Esse deve ser o primeiro passo. Planeje o funcionamento da Câmara Municipal envolvendo todos aqueles que acreditam que é possível fazer melhor e não perder oportunidades, tornando Louló um município exemplar. Essas são as pessoas que podem fazer isso acontecer.