Em comunicado, a Metro do Porto revelou que "os trabalhos decorrem apenas na faixa central dedicada a autocarros da Avenida da Boavista, no troço entre a Rua Jorge Reinel (junto ao Colégio do Rosário) e a Avenida do Dr. Antunes Guimarães, e entre esta última e a Rua Miguel Torga (junto à Escola Garcia de Orta)".
"A obra não inclui os cruzamentos com a Rua Antunes Guimarães ou com as Ruas Campinas e Jorge Reinel", refere a empresa de transportes.
Estes trabalhos "têm uma duração prevista de três meses, sempre na faixa central de autocarros da Avenida da Boavista e sempre neste troço, que tem cerca de mil metros de extensão", e serão "acompanhados em permanência pela Polícia Municipal". "Em paralelo com o avanço deste projeto de ligação Boavista - Anémona, a Metro do Porto está a trabalhar em alterações ao projeto que vão ao encontro dos objectivos definidos pela Câmara Municipal do Porto", garante ainda a empresa.
Segundo a Metro do Porto, "os projectistas estão a desenvolver uma solução alternativa para o troço entre as estações Garcia de Orta e Castelo do Queijo, em estrita conformidade com as solicitações da autarquia".
A empresa garante ainda que "não estão em causa os compromissos relativos ao financiamento comunitário do projeto", assegurando "prazos compatíveis com as obrigações de execução da obra decorrentes do PRR/NextGenerationEU".
A alternativa proposta pela autarquia, relativamente à segunda fase de construção do Metro do Porto, eliminará a necessidade de abater 86 árvores, embora esta medida possa afetar o tempo de percurso previamente anunciado.
De acordo com dados fornecidos por fonte da Metro do Porto, na sequência de um pedido de informação da Lusa, a solução inicialmente desenhada para a segunda fase do metrobus (da Avenida Marechal Gomes da Costa até à Anémona) incluía inicialmente 267 árvores, mas o número total de árvores foi reduzido para 305. No entanto, com a solução alternativa proposta pela Câmara Municipal do Porto, o número total passaria para 391.
De acordo com a Porto Metro, o projeto foi revisto na sequência de um pedido da Câmara Municipal do Porto a 1 de abril e, a 22 de maio, o candidato à presidência da Câmara Municipal do Porto pelo PSD/CDS-PP/IL, Pedro Duarte, publicou uma petição em que pretendia manter a ciclovia central e evitar o abate de árvores, com a qual o atual presidente da Câmara, Rui Moreira, concordou. Prevê-se que o metrobus ligue a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anêmona (em 17 minutos). Os veículos do serviço serão autocarros a hidrogénio, visualmente semelhantes aos do metro convencional, construídos por 29,5 milhões de euros, incluindo a infraestrutura de alimentação eléctrica.
Os veículos já estão nas mãos da empresa de transportes e a primeira fase de construção está concluída, embora o serviço ainda não tenha entrado em funcionamento. Atualmente, o canal da Avenida da Boavista é utilizado por bicicletas e trotinetas.
A 14 de julho, o Presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, afirmou que não iria "perder mais tempo" com o metrobus e que deixaria este assunto para o próximo governo.
Em nome do Governo, o ministro das Infra-estruturas, Miguel Pinto Luz, disse que era necessário "fazer uma avaliação" e "parar", mas "não parar por muito tempo, porque isto tem de ser implementado e, no momento certo, será tomada uma decisão final" sobre o funcionamento da primeira fase.