"Vamos reunir as assinaturas necessárias, naturalmente, para que este assunto possa ser discutido na Assembleia da República, com o objetivo de reavaliar as obras", disse à agência Lusa o presidente da Associação de Utentes da Ponte 25 de abril, Aristides Teixeira.
Em causa está a intervenção efectuada no Itinerário Complementar (IC) 20, na estrada que liga Almada à Costa da Caparica, no distrito de Setúbal. As obras foram concluídas no início deste mês, após 20 meses de trabalho.
A intervenção consistiu no alargamento da via de três para quatro faixas de rodagem em cada sentido, entre o Centro Sul e a Faculdade de Ciências e Tecnologia (Caparica), numa extensão de 3,9 quilómetros.
Agora, quem viaja da Costa da Caparica em direção a Lisboa tem acesso a um túnel e a um viaduto, que garantem acesso direto à chamada zona de estrangulamento da Ponte 25 de abril.
No entanto, na opinião dos utilizadores da ponte, o trânsito na zona ficou "pior", sobretudo para os condutores que pretendem vir para Lisboa ou para outros destinos da margem sul do Tejo, que não Almada.
"O traçado e a estrada para quem vai para Almada estão perfeitos. Agora, o que seria desnecessário, para que isto funcionasse, seria prejudicar aqueles que querem fazer o desvio para Setúbal, Alcochete, Montijo, Barreiro, que são obrigados a fazer um percurso labiríntico para finalmente poderem entrar na autoestrada", alertou.
Aristides Teixeira referiu ainda que o novo trajeto tem provocado longas filas nas horas de ponta e tem aumentado o consumo de combustível.
Com a aproximação das eleições autárquicas, o deputado apelou ainda aos eleitores para que não votem em candidatos que "não condenem" o pagamento de portagens na Ponte 25 de abril e os resultados destas obras.
"Não merecem o nosso voto e, por isso, devemos, face a isso, votar em branco, manifestando assim o nosso repúdio pela situação que nos está a afetar gravemente", defendeu.
O IC20 regista um tráfego médio diário de mais de 60 mil veículos.