Falando após uma reunião com o Presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro (PSD/CDS-PP/PPM), o coordenador sindical Rui Teixeira sublinhou que tal medida não teria impacto na despesa pública, mas faria uma diferença real para os trabalhadores com baixos rendimentos. "Para muitos, o salário já não chega ao fim do mês. Este aumento seria muito significativo", disse aos jornalistas no Palácio de Sant'Ana, em Ponta Delgada, São Miguel.

Teixeira defendeu ainda o aumento da remuneração complementar dos trabalhadores e apelou a uma abordagem mais trágica dos apoios públicos às empresas. Sublinhou que deve ser dada prioridade às micro, pequenas e médias empresas, bem como a iniciativas que reforcem a produção regional. No entanto, insistiu que esse apoio deve estar associado à responsabilidade social. "Caso contrário, estes subsídios serão fundos perdidos sem qualquer impacto na economia regional, nas pessoas que a mantêm a funcionar ou na redução da pobreza", afirmou.

Outra grande preocupação do sindicato é a estagnação da negociação colectiva. "Sem a revitalização das convenções colectivas, não haverá progresso social. A região continuará estagnada, com insuficiência de mão de obra qualificada e condições precárias para os trabalhadores", alertou Teixeira.

Criticou a desconexão entre o crescimento económico relatado e o nível de vida dos trabalhadores, defendendo que o crescimento "tem de se traduzir em melhores condições para quem o produz".

O Plano e Orçamento Regional para 2026 será debatido e votado na Assembleia Regional em novembro próximo. A coligação governamental, que saiu das eleições antecipadas de fevereiro de 2024, não tem uma maioria absoluta e precisará do apoio de outros partidos para garantir a aprovação.