O ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, afirmou que há falta de mão de obra em Portugal e que essa pode ser uma das razões para o défice de habitação.
Na audição processual na Comissão de Reforma do Estado e da Administração Local, o ministro admitiu que "muitos edifícios estão a ter dificuldade em ir para o mercado por falta de mão de obra".
"Quando se fala com as empresas, muitas delas dizem: 'Não, não é falta de mão de obra, vocês é que estão a pôr os preços muito baixos', e os projectos só são adjudicados, nalguns casos, depois da segunda, terceira, quarta ou quinta ronda de concursos, com bases de licitação cada vez maiores. A minha convicção é que existe de facto uma escassez de mão de obra. Se a mão de obra fosse abundante, os projectos seriam adjudicados a preços diferentes", insistiu perante os deputados.
Para colmatar a falta de mão de obra, o antigo presidente da Câmara Municipal de São João da Madeira sublinhou a importância da imigração, quer espontânea, quer promovida por associações empresariais ou grandes empresas que têm "uma forma fácil de integrar imigrantes para trabalhar em Portugal".
O ministro disse que essa "forma fácil" só acontece se for garantido aos imigrantes "um emprego, um contrato de trabalho e um sítio digno para viver".
Apesar de ter começado "muito devagar", o ministro disse que agora está a "andar um pouco mais depressa" e que "muitas pessoas já estão a vir para Portugal desta forma, com processos de integração mais rápidos", porque têm emprego e habitação garantidos.
Para além destas medidas, o ministro abordou a cooperação com alguns países africanos de língua oficial portuguesa, onde é ministrada formação profissional, sendo que alguns dos formandos vêm para Portugal "já com formação adaptada às necessidades das empresas".