A declaração da Zero surge na sequência do relatório do Estado do Ambiente publicado pela Agência Europeia do Ambiente(AEA).

Numa análise ao documento, a Zero, referindo-se aos indicadores em observação para o caso de Portugal, considera que o clima, os resíduos e a fiscalidade verde são aspectos críticos.

Segundo a associação, Portugal tem de estar preparado para enfrentar um clima mais quente, nomeadamente no que diz respeito às ondas de calor e à preparação das habitações para temperaturas mais elevadas.

O IVA do ar condicionado/bombas de calor tem de ser reduzido e estes equipamentos devem ser apoiados pelo Programa E-Lar para melhorar o conforto térmico das habitações.

Na área dos resíduos, a associação defende a promoção da redução e reutilização, uma aposta séria em "modelos de elevada eficiência em termos de recolha selectiva e separação para reciclagem", a criação de incentivos à circularidade e a promoção da reintegração dos materiais reciclados na economia.

A Zero alerta para o facto de Portugal ter desinvestido no sector da fiscalidade verde, apesar de esta estar atualmente em linha com o que se passa na União Europeia e em ligeira ascensão.

E é preocupante que Portugal mantenha o apoio aos combustíveis fósseis (apesar de estar em trajetória descendente) acima da média da UE. Um exemplo recente é o facto de o preço da eletricidade em Portugal, no sector doméstico, ser mais do dobro do preço do gás natural.

Num sistema de semáforos (verde, vermelho e laranja), a associação dá luz verde a Portugal nos domínios das emissões de gases com efeito de estufa, das energias renováveis, da melhoria do ar (impacto na saúde) e das áreas terrestres protegidas.

É vermelho ou laranja para o consumo final de energia, a produção de resíduos, a utilização circular de materiais, a pegada de consumo, a pobreza energética, as despesas com a proteção do ambiente, os impostos ambientais e a eco-inovação.