Quer esteja a serpentear por algumas estradas rurais estreitas ou a descer uma autoestrada movimentada, uma boa visão é essencial - não só para a sua própria segurança, mas também para todos os que partilham a estrada consigo. Mas como pode ter a certeza de que a sua visão ainda está em condições para conduzir?

Falámos com Clare O'Donnell, optometrista e diretora de ciências da visão e optometria na Optegra Eye Health Care, para saber quais os sinais de alerta a que deve estar atento. Ela também partilhou alguns conselhos valiosos sobre a frequência com que deve fazer exames aos seus olhos, juntamente com uma explicação clara das normas legais de visão para conduzir no Reino Unido, para que possa manter-se confiante, seguro e pronto para a estrada.

Eis alguns dos principais sinais de que a sua visão pode estar a afetar a sua condução...

Alterações súbitas na visão

"Quaisquer alterações súbitas na visão, em particular a perda de visão, devem ser verificadas", salienta O'Donnell. "A visão desfocada pode ser um indicador de que precisamos apenas de atualizar os nossos óculos ou pode ser um sinal de que há algo mais grave que precisa de ser verificado."

Créditos: PA;

Visão dupla

"Outra coisa a que as pessoas devem estar atentas é a visão dupla", diz O'Donnell. "É quando estamos a olhar para algo e conseguimos ver duas coisas iguais lado a lado".

Dificuldade em ler sinais de trânsito

"Uma coisa comum que os doentes notam frequentemente pela primeira vez é que começam a ter dificuldade em ler os sinais de trânsito até estarem muito perto deles", observa O'Donnell.

Créditos: PA;

Dificuldade em conduzir à noite

"Muitos doentes têm mais dificuldade em ver em condições de pouca luz e têm dificuldade em conduzir à noite. Podem notar que o brilho dos faróis ou os halos à volta das luzes da rua começam a afectá-los mais", diz O'Donnell.

Quase-acidentes

"Os doentes podem notar que começam a ter cada vez mais dificuldade em avaliar as distâncias no carro ou em manter-se na faixa de rodagem", afirma O'Donnell. "Isto pode levar a mais quase-acidentes e, muitas vezes, os passageiros apercebem-se destas coisas antes do condutor."

Olhos cansados

"Outro aspeto mais subtil que podemos não detetar necessariamente é o facto de os nossos olhos se sentirem muito cansados ou tensos depois de conduzirmos, especialmente se estivermos a conduzir há muito tempo", acrescenta O'Donnell.

Quais podem ser as consequências se alguém estiver a conduzir com uma visão inadequada?

Se conduzir com uma visão incorrecta ou inadequada, isso pode ter várias consequências graves.

"A principal preocupação é a segurança e a maior probabilidade de se esquecer de alguma coisa e de ter um acidente em que se pode magoar a si próprio e/ou a outros", avisa O'Donnell.

"A polícia pode efetuar um controlo da visão na estrada e, se estiver a conduzir sem cumprir as normas exigidas, isso pode resultar em possíveis multas ou desqualificação, ou mesmo em processo judicial se houver um acidente. Além disso, penso que o que as pessoas muitas vezes não se apercebem é que uma visão inadequada pode invalidar o seu seguro."

O envelhecimento pode afetar a sua visão ao volante?

"À medida que envelhecemos, tornamo-nos frequentemente mais susceptíveis a certas doenças oculares que podem afetar a nossa visão, como as cataratas", afirma O'Donnell. "Assim, os doentes com cataratas podem sofrer de visão desfocada e de níveis mais elevados de encandeamento durante a noite."

A especialista sublinha que o principal problema é que muitas doenças oculares surgem gradualmente e, por isso, são difíceis de detetar.

"Isto significa que pode não se aperceber de que a sua visão está a mudar de dia para dia, mas, ao longo de um período de tempo, pode acontecer que deixe de estar dentro dos padrões de visão exigidos para conduzir e passe a estar abaixo deles", diz O'Donnell.

Com que frequência devem os condutores fazer exames aos olhos?

"Como regra geral, todos somos encorajados a fazer um exame aos olhos pelo menos uma vez de dois em dois anos", diz O'Donnell. "Mas devemos ir com mais frequência se tivermos doenças que se sabe terem um impacto na visão, ou se repararmos que algo mudou."