"Estamos a assistir a um conjunto de arbitrariedades e injustiças contra os imigrantes, nomeadamente a perseguição aos imigrantes, como se fossem criminosos", disse à Lusa um dos organizadores do protesto, marcado para as 14h00.

Segundo Timóteo Macedo, da associação Solidariedade Imigrante, em causa está a detenção de dezenas de imigrantes em centros de detenção temporária, sem que tenham cometido qualquer crime, mas apenas por constarem no Sistema de Informação Schengen por terem estado noutro Estado-membro da União Europeia antes de chegarem a Portugal.

"Isto não é crime nenhum. Quem está a cometer ilegalidades nesta matéria é o Estado português", acusa.

Em comunicado, a Solidariedade Imigrante fala ainda de um "clima de intimidação contra aqueles que trabalham e contribuem para este país, que estão no mercado de trabalho há vários anos e em sectores onde Portugal tem várias carências".

Referindo-se às alterações que o governo pretende introduzir nas leis de estrangeiros e nacionalidade, a associação considera que o governo "dá um mau exemplo" em termos de políticas de acolhimento e integração.

"Dá um mau exemplo ao não se opor claramente àqueles que ameaçam ignorar e desrespeitar as recomendações do Tribunal Constitucional relativamente ao retrocesso da Lei da Migração e, em breve, da Lei da Nacionalidade", acrescenta o comunicado.

No final de julho, a Solidariedade Imigrante - Associação para a Defesa dos Direitos dos Imigrantes já tinha organizado um protesto no Porto, que juntou cerca de mil imigrantes, segundo dados da organização.

Na altura, o ex-deputado do Bloco de Esquerda José Soeiro, também membro da associação, denunciou a detenção de 10 imigrantes em Centros de Instalação Temporária em Portugal, número que, segundo Timóteo Macedo, ronda agora as 80 detenções.