Depois de anos de alfaiataria e silhuetas simples, a moda está a libertar-se das cadeias do "luxo discreto" e a tomar um rumo mais vanguardista.

Saias com bainhas recortadas, acabamentos desfiados e cortes inclinados estão a aparecer em todo o lado, desde as passerelles de Paris até à passadeira vermelha e agora na rua principal.

Na Semana da Alta Costura de Paris, em julho, a Chanel e a Armani Privé apostaram na assimetria, enquanto os espectadores também se entregaram à tendência, como Cardi B, que usou um vestido Ashi assimétrico branco com folhos no desfile do designer.

Mas como usar a assimetria sem parecer que teve uma briga com o seu guarda-roupa?

Dois estilistas de celebridades partilham as suas melhores dicas sobre como usar esta tendência - independentemente da sua idade.

Porque é que a assimetria está de novo na moda?

Se parece um regresso ao início dos anos 2000 e aos cortes enviesados dos anos 90, é porque é mesmo assim.

"Cria uma linha visual que atrai o olhar para cima e para baixo", diz a personal stylist Deborah Sheridan-Taylor, "faz com que o corpo pareça mais longo e mais magro. [A assimetria é a permissão para quebrar a simetria - quebrar as regras - por isso, incline-se."

Não só uma linha assimétrica é lisonjeira, como o seu ressurgimento também se deve a uma mudança de atitude. "A moda está num momento em que a individualidade e a imperfeição estão a ser abraçadas", explica a estilista de celebridades Oriona Robb. "Estamos a afastar-nos do polimento rígido para um tipo de elegância mais expressivo e tátil."

A chave para conseguir esta tendência - sem parecer que deveria estar a andar na passadeira vermelha do Nickelodeon por volta de 2005 - é não a complicar demasiado. "Trata-se de equilíbrio, não de competição", diz Sheridan-Taylor.

Combine uma bainha inclinada ou desfiada com algo simples na parte de cima, diz ela, "um slip dress minimalista com sandálias mal passadas ou uma saia midi desfiada com uma T-shirt branca e sapatilhas".

Até uma simples camisa de botões pode entrar em ação. "Falhe alguns botões, dê um nó na cintura, use-a mal de propósito", diz ela, "não há nenhum livro de regras aqui e esse é o objetivo".

Créditos: PA;

E quanto ao calçado?

Quando se trata de estilizar linhas assimétricas, também precisa de se concentrar nas linhas do seu calçado e, mais importante, mantê-lo simples.

"A bainha já está a dar que falar", diz Sheridan-Taylor, "não é preciso que os sapatos também o façam".

Comece com o básico: uma sandália plana e minimalista. Para um pouco mais de elevação, Sheridan-Taylor sugere algo com uma plataforma: "[Algo como] a Aria da Chloe - acrescenta aquele toque Boho 2.0 chique, especialmente se o seu vestido for fluido ou com rendas."

Robb concorda: "Se a saia for flutuante, uma mula de biqueira pontiaguda pode dar-lhe uma bela base. Para um toque mais urbano, adoro uns ténis de luxo ou um salto escultural - mas em monocromático ou metálico, nada demasiado exigente."

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Como usar as jóias

A chave para decotes assimétricos ou de um ombro só é não lutar contra a forma. "Deve parecer sem esforço e não sobrecarregado.

"Salte o colar e experimente um brinco único ou uma pilha de brincos e deixe a linha da peça de vestuário fazer o trabalho", diz Sheridan-Taylor.

Os seus acessórios devem sempre realçar e não competir com as peças principais do seu conjunto. "Muitas vezes, opto por brincos esculturais e fico-me por aí", diz Robb, "talvez uma braçadeira arrojada ou alguns anéis empilhados, mas é só isso."

Se procura um toque final mas não quer usar jóias, "um toque de iluminador corporal na clavícula" é tudo o que precisa, diz Sheridan-Taylor. "Capta a luz e acrescenta impacto, sem necessidade de jóias."

Que cortes lhe ficam bem

As bainhas e os decotes assimétricos podem parecer assustadores, mas são surpreendentemente tolerantes e muitas vezes mais lisonjeiros do que os seus homólogos simétricos.

"Para as petites, uma bainha diagonal suave que mostre um pouco da canela pode realmente alongar a perna", diz Sheridan-Taylor. "Combine-a com sandálias de tiras e um top por dentro para definir a cintura."

As figuras mais curvilíneas podem optar por vestidos envolventes ou saias de corte enviesado que caem da cintura ou do ombro. "Procure peças com um movimento suave - fendas diagonais, folhos, torções suaves", diz ela. "O importante é a fluidez e a forma, não o volume."

O que não fazer

O principal erro que as pessoas cometem é contrariar as suas peças assimétricas.

"Não coloque um casaco largo sobre uma saia angular - isso arruína o objetivo", diz Sheridan-Taylor, "deixe cada peça falar. Se a sua bainha está a fazer algo interessante, mantenha o resto simples."

O excesso também é algo a ser evitado. "As peças assimétricas já têm uma tensão visual", explica Robb, "não precisa de folhos ou estampados a lutar com isso. Mantenha-o limpo, direcional e certifique-se de que o ajuste é perfeito - a má assimetria tem um aspeto desarrumado."

Se ainda não tem a certeza, ambos os estilistas sugerem que experimente sem se comprometer. "Abotoe um vestido de forma errada, desvirtue o colarinho de uma camisa, dê um nó num lenço na anca - veja como fica", sugere Sheridan-Taylor. "Pode ficar surpreendida com o quão certo o 'errado' pode parecer."