Situa-se na aldeia de Miuzela, no concelho de Almeida. A Casa do Brigadeiro pretende ser uma porta de entrada para viajantes, investigadores e amantes da natureza que queiram conhecer o território do Côa.

A Rewilding Portugal já gere um alojamento local, o Centro Rewilding de Vale de Madeira, no concelho de Pinhel, e o seu principal objetivo com a primeira unidade era criar ofertas mais acessíveis para visitar a região: "Estamos sempre a dizer que a Rewilding é para todos, e os projectos da Rewilding e a possibilidade de os visitar, é para todos, mas para que isso aconteça, temos que ter uma oferta muito acessível", diz Fernando Teixeira, Diretor de Comunicação da Rewilding Portugal.

O primeiro alojamento tem-se revelado um sucesso com taxas de ocupação de 75% ou mais durante a época de verão. Questionado sobre as suas expectativas para o sucesso do seu novo alojamento, Fernando Teixeira responde que esperam receber mais grupos e ter mais presença em diferentes partes do Grande Vale do Côa: "Acho que em termos de tornar as viagens mais completas e ainda mais cómodas para os clientes, vamos ter um novo patamar com isto".

Todos os lucros revertem diretamente para as acções de conservação natural da Rewilding Portugal, como por exemplo, a ação de herbivoria natural com os cavalos do Sorraia. Os cavalos mantêm a vegetação baixa, contribuindo assim para um menor risco de incêndio, o que é cada vez mais relevante com a atual situação dos incêndios florestais em Portugal.

O edifício continua na posse da família, que se identifica com o projeto da Rewilding Portugal e com os seus valores, acreditando que este é o melhor uso para a sua casa; abrir as portas a visitantes, mas com uma forte causa por detrás, garantindo que os lucros gerados revertem para a conservação da natureza e recuperação do património natural da região do Côa. O proprietário "quer que o edifício seja usado e visto pelo público porque sabe que o edifício tem muito património que é importante partilhar e sabe que a Rewilding Portugal tem uma missão e objectivos com os quais se identifica", afirma Fernando Teixeira.

Os visitantes podem contar com visitas guiadas por um guia qualificado que conhece todas as histórias deste edifício histórico, desde todos os artefactos e pinturas até aos importantes documentos confidenciais da família que estão agora disponíveis para o público. Haverá também visitas guiadas na natureza, nas áreas de Rewilding próximas do edifício. Fernando Teixeira acredita que é único para uma ONG de conservação da natureza como a Rewilding Portugal prestar tanta atenção aos patrimónios históricos que têm na paisagem: "Queremos manter a tradição que esta região tem, e o património cultural que tem, e torná-la visitável para o público."