A gripe zoonótica é uma doença que pode ser transmitida entre animais e seres humanos, como a gripe aviária, e esta vacina previne a transmissão.

"Esta norma tem como objetivo descrever a estratégia de vacinação contra a gripe zoonótica de forma a mitigar o risco de uma pandemia de gripe zoonótica, actuando ao nível da pré-exposição ao vírus e consolidando a abordagem clínica e de saúde pública aos casos humanos expostos", refere o texto.

São "trabalhadores elegíveis para a vacina": os que fazem parte de "equipas de resposta rápida e gestão de surtos de gripe zoonótica em animais", "profissionais de laboratório envolvidos na colheita, manuseamento e análise de amostras potencialmente contaminadas por vírus da gripe zoonótica" e funcionários de "Centros de Recuperação de Animais Selvagens (CRAS), Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente(SEPNA), guardas florestais do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas(ICNF) e serviços veterinários municipais/municipalizados que contactem diretamente com aves doentes ou mortas".

O objetivo desta estratégia de vacinação é "reduzir o risco de transmissão de vírus zoonóticos da gripe de animais infectados para pessoas expostas", bem como o "risco de surtos em humanos".

Além disso, "a vacinação contra a gripe sazonal é recomendada para pessoas com risco acrescido de exposição a vírus da gripe zoonótica, como forma de reduzir o risco de co-infeção por diferentes genótipos e de rearranjo genético entre vírus".

Em março, o Ministério da Saúde já havia ampliado o acesso gratuito à vacinação contra a gripe para profissionais com risco de exposição direta a animais doentes ou mortos com suspeita de influenza zoonótica.

A 7 de janeiro, a DGS publicou a Orientação n.º 001/2025, relativa à "Gripe Zoonótica ou Outros Vírus Influenza de Origem Animal - Abordagem de Saúde Pública e Abordagem Clínica", no contexto dos surtos de gripe aviária de alta patogenicidade que têm sido detectados a nível mundial, incluindo na Europa e em Portugal.

A orientação, destinada aos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), abrange aspectos inerentes à deteção precoce, manejo de casos, notificação, diagnóstico, tratamento, investigação epidemiológica, manejo de contatos, testagem, quimioprofilaxia, vacinação e comunicação de risco, com base nas recomendações mais atuais da Organização Mundial da Saúde(OMS) e do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças(ECDC).

A DGS salienta que a transmissão do vírus H5N1 aos seres humanos é um acontecimento raro, com casos esporádicos registados a nível mundial.

No entanto, caso ocorra, a infeção pode manifestar-se com um quadro clínico grave, sendo que o período de incubação é normalmente de dois a cinco dias após a última exposição a animais doentes ou mortos.

A transmissão da doença ocorre principalmente em contextos de exposição profissional, através do contacto direto ou próximo com animais infectados ou com os seus tecidos, penas, excrementos, ou da inalação do vírus através do contacto próximo com animais infectados ou ambientes contaminados.

Até à data, não existem provas de que a gripe das aves possa ser transmitida aos seres humanos através do consumo de alimentos, nomeadamente carne de aves e ovos.


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