A convocatória foi feita na altura da Páscoa, com prazo até 31 de dezembro deste ano, para exigir a valorização do trabalho realizado em dias feriados e o pagamento das horas extraordinárias, que os trabalhadores consideram insuficientemente remuneradas.
Contactado pela Lusa, Orlando Almeida, dirigente da FNSTFPS, disse que "até agora não houve qualquer resposta da tutela", o antigo Ministério da Cultura - e agora Ministério da Juventude e Desporto -, às reivindicações destes trabalhadores.
"Nas férias anteriores, houve uma forte resposta à greve e muitos dos equipamentos culturais mais importantes tiveram de encerrar", disse Orlando Almeida, acrescentando que os sindicatos vão renovar o pedido de reunião com a nova ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes.
Em abril, o dirigente sindical tinha dito à Lusa que a federação se tinha reunido em março com a anterior ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, e com a direção dos Museus e Monumentos de Portugal: "Não houve qualquer abertura negocial, nem sequer uma proposta" da tutela.
"Não houve absolutamente nada. Estamos abertos a negociações, mas com algo de concreto", acrescentou na altura o dirigente sindical.
De acordo com Orlando Almeida, os trabalhadores dos museus, monumentos e sítios arqueológicos sob tutela pública recebem nos feriados cerca de 15 a 20 euros, o que representa "metade do salário de um dia normal", e só são pagos até duas horas adicionais, embora por vezes tenham de trabalhar mais do que esse tempo no total.
"Este problema arrasta-se há anos, sem que os sucessivos governos tenham tomado uma decisão no sentido de valorizar o trabalho efectuado em dias feriados nos museus, monumentos e sítios classificados", critica a federação em comunicado.
Os 38 museus, monumentos e palácios nacionais geridos pela Museus e Monumentos de Portugal, entre os quais o Palácio Nacional de Mafra, o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, em Lisboa, e o Convento de Cristo, em Tomar, empregam atualmente cerca de mil pessoas, estimou Orlando Almeida.
A agência Lusa contactou os Museus e Monumentos de Portugal por email sobre a greve e a possibilidade de abertura de negociações com os trabalhadores no início da semana, tendo a entidade respondido, através do seu departamento de comunicação: "Nesta fase, não temos comentários adicionais a fazer".
Em 2023, os 38 equipamentos dos Museus e Monumentos de Portugal receberam mais de cinco milhões de visitantes.







