Denominada Rede de Fornecedores Inovadores (CCRFI), esta iniciativa insere-se no âmbito do programa "Acelerar a Economia" e visa reunir os principais actores do ecossistema industrial e de investigação para a criação de consórcios colaborativos de inovação.
De acordo com o despacho oficial publicado em Diário da República, o objetivo desta nova rede é desenvolver e fornecer bens e serviços de média e alta tecnologia aos principais pólos de produção industrial em Portugal. Os consórcios serão liderados por empresas de grande dimensão e importância estratégica, designadas por "empresas nucleares", e contarão com a participação de pequenas e médias empresas (PME), Small MidCaps e centros de investigação e desenvolvimento. Esta estrutura destina-se a promover uma colaboração significativa entre os grandes actores industriais e as entidades mais pequenas e inovadoras que podem contribuir com agilidade, criatividade e conhecimentos técnicos.
Na sua primeira fase, o governo identificará e selecionará estas empresas-âncora através de um processo aberto e competitivo. Será dada prioridade às empresas que operam em clusters industriais especializados, que estão integradas em cadeias de valor globais e demonstram uma forte orientação para a exportação. Uma vez concluída a seleção, serão lançados convites à apresentação de propostas no âmbito do Portugal 2030 (PT2030) para financiar os projectos desenvolvidos pelos consórcios de inovação.
O objetivo global é estimular a modernização da indústria portuguesa e melhorar a sua competitividade nos mercados internacionais, promovendo a criação de novas soluções de valor acrescentado adaptadas à procura industrial global. O Governo considera que esta é uma oportunidade única para tirar partido das actuais mudanças nas cadeias de abastecimento globais e da ênfase renovada na reindustrialização na União Europeia, que ganhou ímpeto na sequência da pandemia da COVID-19.
Ao permitir uma ação coordenada entre empresas líderes, PME e instituições de investigação, o governo espera que esta iniciativa funcione como um catalisador para o desenvolvimento tecnológico e a resiliência económica. Representa também um passo significativo no sentido de alinhar a estratégia industrial com a política de inovação, assegurando que o apoio público à I&D se traduza em aplicações industriais concretas e oportunidades de mercado.
A CCRFI será supervisionada pelo presidente da Comissão de Gestão do Programa de Inovação e Transição Digital (COMPETE 2030) e contará com nove representantes de instituições nacionais de referência, como a AICEP, o IAPMEI, a ANI, o Turismo de Portugal e as Comissões de Desenvolvimento Regional (CCDR). A rede poderá ainda consultar ou envolver outras entidades públicas ou privadas, quando relevante, permitindo uma abordagem flexível e inclusiva no apoio e acompanhamento de projectos de investimento.
Com esta iniciativa, o Governo português está a dar um passo decisivo para reforçar o tecido industrial nacional, incentivar o crescimento impulsionado pela inovação e assegurar que as empresas portuguesas estão bem posicionadas para competir numa economia global em rápida evolução. A Rede de Fornecedores Inovadores reflecte um compromisso de longo prazo com o desenvolvimento industrial estratégico, baseado na colaboração, na tecnologia e na competitividade sustentável.








