O segundo comandante regional da Proteção Civil do Algarve, Abel Gomes, fez um ponto de situação do incêndio às 15:30 e referiu que, durante a tarde, o aumento da intensidade do vento provocou várias reativações com potencial de propagação, mas a pronta resposta das equipas de combate ao fogo permitiu manter o incêndio ativo e "sem aumentar significativamente o perímetro" afetado.

"Este é um incêndio que, tal como tínhamos previsto, poderia levar a situações complicadas durante a tarde, como se está a verificar neste momento. Devido ao vento moderado a forte, estão a ocorrer várias reactivações em todo o perímetro do incêndio, todas com elevado potencial de desenvolvimento", disse o segundo comandante regional do Algarve em Alfambras, no concelho de Aljezur, no distrito de Faro.

Abel Gomes salientou a "prontidão" com que os meios de combate a incêndios têm respondido a estas reactivações - que chegaram a ter quatro frentes activas - para garantir que, com "todos os meios no teatro de operações, e com apoio aéreo", se consegue "debelar" estas ocorrências.

O segundo comandante da Proteção Civil do Algarve sublinhou que este objetivo tem sido alcançado até ao momento, apesar de os próprios meios aéreos estarem a enfrentar "dificuldades em operar devido à quantidade de fumo e à turbulência provocada pelo vento".

"Neste momento, não temos indicação de habitações em risco", afirmou ainda a fonte da Proteção Civil, acrescentando que a unidade está a "trabalhar antecipadamente com a GNR", caso seja necessário retirar pessoas da linha de fogo.

"Não estamos a falar de evacuações, mas sim de um trabalho de análise e prevenção para uma resposta o mais atempada possível", esclareceu.

Ao longo do dia, nove veículos aéreos, alguns deles unidades de coordenação, têm estado a responder a estas reactivações para evitar a propagação do incêndio, sublinhou.

A área afetada é composta por matos, mas há também zonas de pinhal, eucaliptal e sobreiral, descreveu Abel Gomes, sublinhando que a zona de matos foi a mais afetada na parte inicial do incêndio.

"Neste momento, temos uma frente ativa com várias reactivações, mas o fogo não expandiu muito o seu perímetro", acrescentou Abel Gomes.

A Proteção Civil informou nessa manhã que o incêndio estava 70% contido, mantendo uma linha de fogo "preocupante" de cerca de oito quilómetros.

Abel Gomes explicou na altura que, nos cerca de 30% que restavam do incêndio, havia "pontos preocupantes" que poderiam "constituir uma complicação".

"São zonas que não arderam, as chamadas ilhas, que podem resultar em reacendimentos e provocar projecções devido aos ventos moderados a fortes", sublinhou.

Ao avaliar as operações de combate ao fogo, o responsável disse que o incêndio teve um ritmo de crescimento "muito rápido", passando de 52 hectares por hora para 236 hectares, "colocando grandes desafios aos bombeiros".

Questionado sobre danos pessoais ou patrimoniais, Abel Gomes disse que houve nove feridos ligeiros, a maioria por inalação de fumo, e registou-se ainda a destruição de uma segunda habitação no concelho de Aljezur.

No total, estão envolvidos nas operações 518 elementos das várias entidades que compõem a Proteção Civil, com o apoio de 181 viaturas e nove meios aéreos.