Em causa está a travessia ferroviária que liga as estações Roma-Areeiro, em Lisboa, a Setúbal, que tem 10 estações na chamada Margem Sul e quatro na capital.
Em declaração à agência noticiosa Lusa, Aristides Teixeira, diretor da Comissão de Utilizadores da Fertagus, disse que só quando o comboio está parado entre as estações, ou numa estação, é que o comboio é informado de que deve ser zerado.
“A viagem até a estação costuma ser dolorosa. Você percebe que o trem se move muito lentamente e vai para a próxima estação. Essa é uma situação recorrente e, portanto, acreditamos que seja um problema com a qualidade dos vagões, com danos e equipamentos obsoletos [...]. O primeiro passo é exigir que uma entidade independente inspecione os trens da Fertagus rapidamente, porque setembro está se aproximando e, a partir de meados de setembro, se continuarmos assim, será um caos”,
enfatizou.O diretor disse ainda que os usuários da Fertagus vão propor a criação de um ombudsman de passageiros para todos os serviços de transporte.
“Essa pessoa deve ter o perfil de usar o sistema de transporte como condição essencial, e essa pessoa também deve ser capaz de tomar iniciativas de pressão e propor soluções para que essas situações não se deteriorem”, indicou.
Os passageiros, acrescentou, estão muito preocupados porque, mesmo agora, durante as férias escolares e muitas pessoas estão aproveitando suas férias, ainda ocorrem avarias frequentes.
Nesse contexto, de acordo com o representante, os horários dos trens são frequentemente desconsiderados e, mesmo fora do horário de pico, as pessoas ficam “ensanduichadas”.
“Essa é uma situação que precisa ser resolvida. Sabemos que a Fertagu s é uma empresa privada cujo objetivo é o lucro, mas o lucro não pode ter nenhum preço. Isso não pode ser feito sacrificando os passageiros mentindo para eles, atribuindo a parada aos sinais, e só mais tarde os passageiros, que não são estúpidos, começam a perceber que há uma avaria no material circulante”, disse.
A Comissão de Utilizadores da Fertagus tentará reunir-se com o Ministério das Infraestruturas e Habitação esta manhã para apresentar as duas propostas.
A ligação ferroviária entre Lisboa e a Margem Sul foi inaugurada em 29 de julho de 1999, com o objetivo de retirar os carros da Ponte 25 de Abril.







